Capítulo 10: pág 252 a 263
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Capítulo 10
os anos 50 e 60, trabalhadores de todo o país chegaram ao Centro-Oeste para ajudar na construção de Brasília, a nova capital federal. Atuando em condições nem sempre adequadas, esses operários ajudaram a erguer belos edifícios, muitos deles projetados por Oscar Niemeyer.
Candangos
Nesse contexto racionalista, havia também o movimento artístico vanguardista definido como Concretismo, inicialmente na música e depois na poesia e nas artes plásticas. Em 1951, a 1ª Bienal Internacional de São Paulo abre as portas do país para as novas tendências. Em 1956, o Concretismo se instaura no Brasil com a exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Ao lado de outras manifestações culturais que começavam a se impor nesse momento histórico (a televisão, o rock and roll, entre outros) nasce, na capital fluminense, o movimento da Bossa Nova, que se associa ao crescimento urbano brasileiro - impulsionado pela fase desenvolvimentista da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1960). Esse movimento lança, em 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto (considerado o papa do movimento), contendo a canção Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes). De início, o termo Bossa Nova era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época. Todavia, anos depois, tornar-se-ia um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente associado a João Gilberto, Vinícius de Moraes e Antonio Carlos Jobim.
Destruídos e abalados pela longa guerra, nenhum dos países europeus tinha condição de sediar a quarta Copa do Mundo. O Brasil foi o único candidato.
As autoridades brasileiras resolveram construir, no Rio de Janeiro, o maior estádio do mundo: o Maracanã, com capacidade para cerca de 200 mil torcedores.
Pela primeira vez, o troféu da competição passaria a ter o nome do presidente da Fifa, Jules Rimet, um dos principais responsáveis pela existência dos Mundiais.
Também pela primeira vez, as seleções usariam números nas camisas dos jogadores.
Trinta e três países se inscreveram para as eliminatórias. A Argentina, alegando divergências com a direção do futebol brasileiro, resolveu ficar de fora.
A Fifa decidiu que as 16 seleções classificadas para a fase final seriam divididas em quatro grupos. Com a desistência da Escócia, Turquia e Índia os grupos finalistas ficaram reduzidos a 13 equipes.
A poderosa seleção da Inglaterra fazia sua estréia no torneio. E o Uruguai, campeão de 1930, voltava a participar.
Com isso, diversas autoridades militares ofereceram uma carta ao Congresso Nacional reivindicando a extensão do mandato de Ranieiri Mazzilli, presidente da Câmara que assumiu o poder enquanto Jango estava em viagem à China. Inicialmente, esses militares se manifestavam a favor da realização de novas eleições para que a possibilidade de ascensão de Jango fosse completamente vetada. No entanto, outros políticos e militares, como o Marechal Lott, eram a favor do cumprimento das regras políticas.
Foi nesse contexto que várias figuras políticas da época organizaram a chamada “Campanha da Legalidade”, em que utilizavam os meios de comunicação para obter apoio à posse de João Goulart. Entre outros políticos destacamos Leonel Brizola, cunhado do vice-presidente, que participou efetivamente do movimento. Paralelamente, sabendo das pressões que o cercavam, Jango estendeu sua viagem realizando uma visita estratégica aos EUA, como sinal de sua proximidade ao bloco capitalista.
Com a possibilidade do golpe militar enfraquecida por essas duas ações, o Congresso Nacional aprovou arbitrariamente a mudança do regime político nacional para o parlamentarismo. Dessa maneira, os conservadores buscavam limitar significativamente as ações do Poder Executivo e, consequentemente, diminuir os poderes dados para Jango. Foi dessa forma que, em 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu a vaga deixada por Jânio Quadros.
A instalação do parlamentarismo fez com que João Goulart não tivesse meios para aprovar suas propostas políticas. Mesmo assim, elaborou um plano de governo voltado para três pontos fundamentais: o desenvolvimento econômico, o combate à inflação e a diminuição do déficit público. No entanto, o regime parlamentarista impedia que as questões nacionais fossem resolvidas por meio de uma consistente coalizão política.
O insucesso do parlamentarismo acabou forçando a antecipação do plebiscito que decidiria qual sistema político seria adotado no país. Em 1963, a população brasileira apoiou o retorno do sistema presidencialista, o que acabou dando maiores poderes para João Goulart. Com a volta do antigo sistema, João Goulart defendeu a realização de reformas que poderiam promover a distribuição de renda por meio das chamadas Reformas de Base.
Em março de 1964, o presidente organizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), no qual defendeu a urgência dessas reformas políticas. Nesse evento, foi presenciada a manifestação de representações e movimentos populares que apoiavam incondicionalmente a proposta presidencial. Entre outras entidades aliadas de Jango, estavam a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas (defensoras da Reforma Agrária) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
O conjunto de ações oferecidas por João Goulart desprestigiava claramente os interesses dos grandes proprietários, o grande empresariado e as classes médias. Com isso, membros das Forças Armadas, com o apoio das elites nacionais e o apoio estratégico norte-americano, começaram a arquitetar o golpe contra João Goulart. Ao mesmo tempo, os grupos conservadores realizaram um grande protesto público com a realização da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.
A tensão política causada por manifestações de caráter tão antagônico foi seguida pela rebelião de militares que apoiavam o golpe imediato. Sob a liderança do general Olympio de Mourão filho, tropas de Juiz de Fora (MG) marcharam para o Rio de Janeiro com o claro objetivo de realizar a deposição de Jango. Logo em seguida, outras unidades militares e os principais governadores estaduais do Brasil endossaram o golpe militar.
Dessa maneira, o presidente voltou para o Rio Grande do Sul tentando mobilizar forças políticas que poderiam deter a ameaça golpista. Entretanto, a eficácia do plano engendrado pelos militares acabou aniquilando qualquer possibilidade de reação por parte de João Goulart. No dia 4 de abril de 1964, o Senado Federal anunciou a vacância do posto presidencial e a posse provisória de Rainieri Mazzilli como presidente da República. Foram dados os primeiros passos para a ditadura militar no Brasil
os anos 50 e 60, trabalhadores de todo o país chegaram ao Centro-Oeste para ajudar na construção de Brasília, a nova capital federal. Atuando em condições nem sempre adequadas, esses operários ajudaram a erguer belos edifícios, muitos deles projetados por Oscar Niemeyer.
Candangos
Nesse contexto racionalista, havia também o movimento artístico vanguardista definido como Concretismo, inicialmente na música e depois na poesia e nas artes plásticas. Em 1951, a 1ª Bienal Internacional de São Paulo abre as portas do país para as novas tendências. Em 1956, o Concretismo se instaura no Brasil com a exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Ao lado de outras manifestações culturais que começavam a se impor nesse momento histórico (a televisão, o rock and roll, entre outros) nasce, na capital fluminense, o movimento da Bossa Nova, que se associa ao crescimento urbano brasileiro - impulsionado pela fase desenvolvimentista da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1960). Esse movimento lança, em 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto (considerado o papa do movimento), contendo a canção Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes). De início, o termo Bossa Nova era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época. Todavia, anos depois, tornar-se-ia um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente associado a João Gilberto, Vinícius de Moraes e Antonio Carlos Jobim.
Destruídos e abalados pela longa guerra, nenhum dos países europeus tinha condição de sediar a quarta Copa do Mundo. O Brasil foi o único candidato.
As autoridades brasileiras resolveram construir, no Rio de Janeiro, o maior estádio do mundo: o Maracanã, com capacidade para cerca de 200 mil torcedores.
Pela primeira vez, o troféu da competição passaria a ter o nome do presidente da Fifa, Jules Rimet, um dos principais responsáveis pela existência dos Mundiais.
Também pela primeira vez, as seleções usariam números nas camisas dos jogadores.
Trinta e três países se inscreveram para as eliminatórias. A Argentina, alegando divergências com a direção do futebol brasileiro, resolveu ficar de fora.
A Fifa decidiu que as 16 seleções classificadas para a fase final seriam divididas em quatro grupos. Com a desistência da Escócia, Turquia e Índia os grupos finalistas ficaram reduzidos a 13 equipes.
A poderosa seleção da Inglaterra fazia sua estréia no torneio. E o Uruguai, campeão de 1930, voltava a participar.
Com isso, diversas autoridades militares ofereceram uma carta ao Congresso Nacional reivindicando a extensão do mandato de Ranieiri Mazzilli, presidente da Câmara que assumiu o poder enquanto Jango estava em viagem à China. Inicialmente, esses militares se manifestavam a favor da realização de novas eleições para que a possibilidade de ascensão de Jango fosse completamente vetada. No entanto, outros políticos e militares, como o Marechal Lott, eram a favor do cumprimento das regras políticas.
Foi nesse contexto que várias figuras políticas da época organizaram a chamada “Campanha da Legalidade”, em que utilizavam os meios de comunicação para obter apoio à posse de João Goulart. Entre outros políticos destacamos Leonel Brizola, cunhado do vice-presidente, que participou efetivamente do movimento. Paralelamente, sabendo das pressões que o cercavam, Jango estendeu sua viagem realizando uma visita estratégica aos EUA, como sinal de sua proximidade ao bloco capitalista.
Com a possibilidade do golpe militar enfraquecida por essas duas ações, o Congresso Nacional aprovou arbitrariamente a mudança do regime político nacional para o parlamentarismo. Dessa maneira, os conservadores buscavam limitar significativamente as ações do Poder Executivo e, consequentemente, diminuir os poderes dados para Jango. Foi dessa forma que, em 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu a vaga deixada por Jânio Quadros.
A instalação do parlamentarismo fez com que João Goulart não tivesse meios para aprovar suas propostas políticas. Mesmo assim, elaborou um plano de governo voltado para três pontos fundamentais: o desenvolvimento econômico, o combate à inflação e a diminuição do déficit público. No entanto, o regime parlamentarista impedia que as questões nacionais fossem resolvidas por meio de uma consistente coalizão política.
O insucesso do parlamentarismo acabou forçando a antecipação do plebiscito que decidiria qual sistema político seria adotado no país. Em 1963, a população brasileira apoiou o retorno do sistema presidencialista, o que acabou dando maiores poderes para João Goulart. Com a volta do antigo sistema, João Goulart defendeu a realização de reformas que poderiam promover a distribuição de renda por meio das chamadas Reformas de Base.
Em março de 1964, o presidente organizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), no qual defendeu a urgência dessas reformas políticas. Nesse evento, foi presenciada a manifestação de representações e movimentos populares que apoiavam incondicionalmente a proposta presidencial. Entre outras entidades aliadas de Jango, estavam a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas (defensoras da Reforma Agrária) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
O conjunto de ações oferecidas por João Goulart desprestigiava claramente os interesses dos grandes proprietários, o grande empresariado e as classes médias. Com isso, membros das Forças Armadas, com o apoio das elites nacionais e o apoio estratégico norte-americano, começaram a arquitetar o golpe contra João Goulart. Ao mesmo tempo, os grupos conservadores realizaram um grande protesto público com a realização da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.
A tensão política causada por manifestações de caráter tão antagônico foi seguida pela rebelião de militares que apoiavam o golpe imediato. Sob a liderança do general Olympio de Mourão filho, tropas de Juiz de Fora (MG) marcharam para o Rio de Janeiro com o claro objetivo de realizar a deposição de Jango. Logo em seguida, outras unidades militares e os principais governadores estaduais do Brasil endossaram o golpe militar.
Dessa maneira, o presidente voltou para o Rio Grande do Sul tentando mobilizar forças políticas que poderiam deter a ameaça golpista. Entretanto, a eficácia do plano engendrado pelos militares acabou aniquilando qualquer possibilidade de reação por parte de João Goulart. No dia 4 de abril de 1964, o Senado Federal anunciou a vacância do posto presidencial e a posse provisória de Rainieri Mazzilli como presidente da República. Foram dados os primeiros passos para a ditadura militar no Brasil
Durante as obras na cidade, os jovens pedreiros Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marquesmorreram soterrados, gerando comoção entre os funcionários. Diante desse fato, em 1959, foi inaugurado um monumento em homenagem aos dois operários, na Praça dos Três Poderes.
A escultura Os Dois Guerreiros, popularmente conhecida como Os Candangos, foi esculpida pelo artista Bruno Giorgi. Feita em bronze, a estátua mede 8 metros e é considerada um dos símbolos da cidade. Vinte e oito anos após sua inauguração, a obra foi restaurada.
Os operários que migraram para o planalto central para atuar nas obras de Brasília foram denominados candangos, em alusão aos angolanos, que assim chamavam os colonizadores de Portugal.
Vindos principalmente do Nordeste, que enfrentava um terrível período de seca no fim dos anos 50, dezenas de milhares de trabalhadores lutaram contra a falta de hospitais, más condições sanitárias e escassez de alimentos.
O Brasil esteve, nas décadas de 1950 e 1960, num espaço de tempo onde se definiram os caminhos de uma arquiteturamoderna e nacional, inspirada nos princípios do "racionalismo" de Le Corbusier. Esse modernismo determinou mudanças drásticas na paisagem urbana que propiciaram avanços radicais na estética e na técnica de construção, quando predominou o concreto armado, o aço, o vidro, linhas e formas geométricas simples e puras, devido à desornamentação da arquitetura, num processo coroado pela construção de Brasília (1957-1960). Com o plano piloto de Lúcio Costa e os projetos de Oscar Niemeyer, a Arquitetura Moderna se instaura, constituindo-se num ambiente brasileiro.
O torneio de 50 foi a primeira Copa do Mundo depois da interrupção de 12 anos causada pela Segunda Guerra. No Brasil, era grande a expectativa pelo primeiro título mundial.
Chance igual não houvera. Afinal, a seleção brasileira estaria jogando em casa, diante de sua apaixonada torcida.
Para fugir ao domínio alemão, o presidente da Fifa, Jules Rimet, tinha transferido a sede da entidade da ocupada França para a neutra Suíça, onde se encontra até hoje.
Jânio da Silva Quadros nasceu em Mato Grosso, onde atualmente corresponde ao território do Mato Grosso do Sul, em 25 de janeiro de 1917. As primeiras funções exercidas por Jânio Quadros foram de professor e advogado. Ingressou na atividade política nas eleições para vereador de São Paulo em 1947 pelo Partido Democrata Cristão (PDC), no entanto, não recebeu a quantidade de votos suficiente para assumir o posto imediatamente. Somente com a cassação de mandatos do Partido Comunista do Brasil (PCB), Jânio Quadros assumiu como suplente o posto de vereador.
A carreira política de Jânio Quadros desde o princípio já defendia a moralização do serviço público e o combate à corrupção. Assim, em 1950, Jânio tornou-se deputado estadual e, em 1953, foi eleito prefeito de São Paulo. Como prefeito uma das primeiras iniciativas foi a demissão em massa de funcionários públicos. E, em 1955, foi eleito governador do Estado de São Paulo e aproximou a gestão estadual à presidência da República de Café Filho, possibilitando a recuperação econômica do Estado.
Jânio Quadros
João Belchior Marques Goulart, ou simplesmente Jango, como era conhecido, governou o país de setembro de 1961 a março de 1964. Nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul. Entrou para a política com o apoio de seu conterrâneo e amigo particular, Getúlio Vargas.
Seu primeiro cargo público foi como Deputado Federal, em 1950. Logo depois foi Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no segundo governo de Vargas. Como Ministro, ele concedeu muitos benefícios aos trabalhadores, inclusive aumentou o salário mínimo em 100%, fato que provocou sua renúncia, pois desagradou a muitos empresários.
Após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a chegada do vice-presidente João Goulart ao posto presidencial. Tendo sérias desconfianças sobre a trajetória política de Jango, alguns membros das Forças Armadas alegavam que a passagem do cargo colocava em risco a segurança nacional. De fato, vários grupos políticos conservadores associavam o então vice-presidente à ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil.
Feito Por: Myllena
Biografias:https://www.infoescola.com/historia/governo-de-janio-quadros/amp/
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-janio-quadros-1961-mandato-polemico-de-sete-meses.htm
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=208
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